Figuras Típicas

Figuras típicas lisboetas

Profissões do passado no presente

Lisboa tem um imenso património onde se inclui, inevitavelmente, as pessoas, a sua gente. Gente esforçada que ao longo da História com o seu trabalho, tradições e profissões ajudaram, e continuam a ajudar, a construir a memória desta cidade centenária.

Amolador

O som da tradicional gaita anuncia a sua chegada. O amolador está nas ruas de Lisboa.

O amolador sopra a gaita nas suas tonalidades consecutivas, de grave a aguda e vice-versa, para avisar da sua chegada. Os clientes assomam às janelas ou às portas dos prédios. Querem saber quanto custa afiar uma faca e uma tesoura. Numa bicicleta modificada o amolador faz o seu trabalho com enérgicas pedaladas.

O anúncio da chuva está misteriosamente associado à profissão do amolador, mas por vezes não aparece.

Materiais do Amolador
A montagem – conjunto de peças para afiar
Pedra esmeril
Chaves de fenda
Martelos
Pregos
Correia de cabedal
Roda para trabalhar a correia
Caixa de ferramentas
Tiras de pano – para mostrar que o instrumento ficou em boas condições


Trabalhos Realizados
Arranjos: chapéus de praia, de sol e de chuva
Alicates: peles, unhas
Amola tesouras: costura, relva e poda
Todo o tipo de facas
Arranjos em panelas, tachos
Coloca “gatos” em pratos de barro

Assador de castanhas

"Quentinhas e boas, boas e quentinhas"

O fumo a perder-se no céu e as brasas que crepitam no assador de barro. O cheirinho das castanhas e os pregões!

O segredo  das castanhas assadas ficarem esbranquiçadas por fora é usar carvão de coque e o lume no ponto certo, ou seja, forte por baixo mas abafado em cima, lento. Depois, com o ferro de grelha, separa-se o assador das castanhas do fogareiro e deita-se sal para fumegar. Outro dos segredos é mexer as brasas para não colarem ao barro.

À dúzia, as castanhas são colocadas em cones feitos de papel.

Materiais para assar as castanhas:
X-ato para o corte das castanhas
Fogareiro
Assador
Tenaz
Ferro a direito para “desengasgar o lume”, porque as brasas ficam coladas ao barro
Ferro de grelha para levantar o assador, quando o fogo está esperto.
Pá para apanhar o carvão

Calceteiro

Artista responsável pela execução da tão conhecida calçada portuguesa.

O Monumento ao Calceteiro é uma obra de homenagem a esta figura típica de Lisboa.

Escola de Calceteiros
Criada pela Câmara Municipal de Lisboa em novembro de 1986 com o objetivo de renovar o efetivo de calceteiros municipais e divulgar a Arte de Calcetamento. A arte de calcetar “ao quadrado”, o “desdobrar da pedra” e o “malhetar” são expressões que a Escola de Calceteiros recupera numa profissão genuinamente portuguesa e intimamente ligada ao nosso património cultural.

Cauteleiro

"Anda à roda, anda à roda!"

É uma profissão em vias de extinção mas, por enquanto, a sorte anda à roda e os cauteleiros andam às voltas a apregoar os bilhetes da lotaria nas ruas de Lisboa, vendidos à fração (cautela) ou por inteiro.

Por iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, foi erigida a escultura O Cauteleiro no Largo Trindade Coelho, em homenagem a uma das figuras mais típicas da cidade de Lisboa, a 18 de novembro de 1987. A sua inauguração coincidiu com a comemoração dos 204 anos de existência da Lotaria Nacional.

Engraxador

O engraxador de rua é uma das mais antigas profissões que ainda persiste em Lisboa.

Em pleno coração de Lisboa, junto ao conhecido Café Nicola ou junto ao Teatro Nacional D. Maria II, não pode ficar indiferente ao mestre engraxador. Sentado no seu banquinho de madeira, onde guarda todos os artefactos, e debruçado sobre os pés dos clientes, limpa e, com as suas flanelas, puxa o brilho no calçado dos fregueses.

Materiais do engraxador:
Caixa
Banco
Escovas
Graxas e ceras
Tinta (com segredo)
Pincéis
Panos de puxar brilho.

Florista

"Olha o lindo manjerico!"

Quiosques de alumínio, ladeados por uma grande variedade de flores, são os últimos testemunhos do antigo mercado de flores que existia na emblemática Praça do Rossio.

Eram muitas as vendedoras, que junto à fonte do Rossio, negociavam flores, nas suas improvisadas bancas de madeira. Com coloridas vestes, aventais com grandes bolsos e capinhas de lã pelas costas, cesto de vime, apoiado nas ancas, a apregoar violetas: “ Senhor! Senhor um raminho, prás suas vedetas”…, e na noite de Santo António : “Olha ó lindo manjerico!”.

O Dia dos Namorados, o Dia da Mãe, o da Mulher ou os outros especiais fazem sair alguns arranjos de flores para ofertar. O 25 de Abril foi um dos grandes acontecimentos que marcaram Lisboa, com a cidade pintada de cravos vermelhos comprados a uma florista de rua.

Materiais da florista:
Tesoura
Tesoura de poda
Alicate
Arame
Fitas
Armações