Toponimia - detalhe

Comércio e comerciantes

Praça do Comércio

  • Freguesia(s): Santa Maria Maior
  • Início do Arruamento: Rua da Madalena / (Freg Madalena) Confluência da Avenida Infante Dom Henrique, Avenida Ribeira das Naus, Rua da Alfândega, Rua do Arsenal, Rua Áurea e Rua da Prata-
  • Fim do Arruamento: Praça do Município

"Praça principal de Lisboa, sala de visitas da Cidade - de uma nobilíssima magestade à qual não falta harmonia - todos a temos nos olhos". É desta forma que Norberto de Araújo descreve a Praça do Comércio.
A denominação dada à praça foi atribuída pelo Marquês de Pombal que, deste modo, homenageou os comerciantes de Lisboa que, voluntariamente, cederam 4% sobre os direitos alfandegários de todas as mercadorias para a reconstrução da cidade.
No entanto, o povo não aderiu à homenagem, continuando a chamar-lhe Terreiro do Paço. Esta última designação faz referência ao Paço da Ribeira erguido neste sítio por D. Manuel, entre 1500 e 1505.
Concebida por Eugénio dos Santos e Carlos Mardel, após o terramoto de 1755, a Praça do Comércio surgiu integrada num projecto alargado, de reconstrução da Baixa. A ela iam dar as ruas mais "nobres" da cidade - Áurea (Ouro), Augusta e Bela da Rainha (Prata). O projecto aprovado era moderno, com ruas largas, traçadas geometricamente com linhas rectilíneas: "A esta consideração de conservar as ruas de Lisboa livres de embaraços (entulhos) que as fazem imundas, para o que concorrerá muito a maior largura das ruas e menor altura dos edifícios, não excedendo de dois pavimentos sobre as lojas" (Manuel da Maia).
Cerca de vinte anos depois do terramoto, a 6 de Junho de 1775, a estátua equestre de D. José, feita por Machado de Castro, foi colocada na Praça do Comércio, tendo sido acompanhada por festejos e solenidades que duraram três dias.
O Arco da Rua Augusta, ou Arco Triunfal, de autoria de Veríssimo José da Costa, remate de uma artéria nobre da Cidade, a Rua Augusta, concluído quase um século depois, em 1873, constituiu juntamente com a estátua equestre o coroamento da reconstrução de Lisboa.
A Praça do Comércio ou Terreiro do Paço, ou ainda "Black Horse Square" (Praça do Cavalo Preto), como os ingleses lhe chamam é uma obra que honra a arquitectura desta época e é uma das mais imponentes praças públicas da Europa.

Bibliografia:
Araújo, Norberto, Peregrinações em Lisboa, Livro XII, Edições Vega
Moita, Irisalva, "Toponímia e a Cidade Pombalina" In I Jornadas de Toponímia de Lisboa, Lisboa: CML, 1994

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