Entre a Rua de São Paulo e o Largo do Conde Barão rasga-se a Rua da Boavista. Este é um topónimo que existe antes do terramoto de 1755, como vem mencionado nas Memórias Paroquiais: “Principia esta freguezia [São Paulo] no Arco chamado do Corpo Sancto (…) Os quaes se achão totalmente arrazados, com o terremoto e incêndio do anno de 1755, e hoje somente se acha com a rua direita da Boavista, Pateo da Moeda, Calsada de Salvador Correya, Pateo das Galegas, Becco do Esfolla Bodes e becco de Francisco André.”
Ao Alto de Santa Catarina, também se chamava Alto do Belver, ou Belveder ou Alto da Boavista. Este nome de Boavista está especialmente relacionado com a vista, designadamente com a Bica dos Olhos, construída em 1675, e conhecida pela sua eficácia no tratamento de doenças dos olhos. Durante muito tempo acorriam a esta bica muitas pessoas para lavar os olhos com o propósito de manter uma boa visão ou curar outros males. Como nos indica Norberto de Araújo, “a bica dos olhos (…) já perdeu a sua fama, o que não impede que se vejam, de madrugada, algumas pessoas ali a lavarem os olhos (…) A fama de que a água é medicinal vem de longe e encontra-se citada como tal no “Aquilégio Medicinal”, obra escrita por um médico de D. João V em 1726. Mas para que a água produza seus efeitos tem de ser captada «antes do nascer o Sol»”. [TSP]