Toponimia - detalhe
Rua Alexandre Herculano
- Freguesia(s): Santo António
- Início do Arruamento: Rua de Santa Marta
- Fim do Arruamento: Largo do Rato
- Data de Deliberação Camarária: 06/05/1882
O topónimo Rua Alexandre Herculano foi atribuído pela Câmara Municipal de Lisboa, através de Deliberação Camarária de 06/05/1882, à “perpendicular à Avenida da Liberdade, em direcção ao Largo do Rato”. Pela mesma deliberação foram atribuídas na mesma área a Rua Castilho, a Rua Barata Salgueiro, a Praça do Marquês de Pombal e a Rua Mouzinho da Silveira.
Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo, escritor e historiador, nasceu em Lisboa a 28/3/1810 e morreu em Vale de Lobos, a 13/9/1877.
Juntamente com Almeida Garrett, é considerado o introdutor do Romantismo em Portugal. Foi o renovador do estudo da História de Portugal.
Iniciou a sua educação literária com os padres congregados de S. Filipe Nery, entre os quais estudou latim e latinidade. Em 1827, cegando seu pai e sofrendo seu avô materno um grande revês da fortuna faltaram-lhe os recursos para frequentar os estudos universitários. Matriculou-se na Aula de Comércio, em 1830, e frequentou um curso de Diplomática (estudos de paleografia). Estudou francês, inglês e alemão particularmente. Os seus primeiros contactos com a literatura ocorreram no ambiente pré-romântico dos salões da Marquesa de Alorna, onde entrou por mão de António Feliciano de Castilho.
Herculano viu-se obrigado a interromper os estudos para seguir a Revolução Liberal. Devido ao seu envolvimento na “Revolta do 4 de Infantaria” foi obrigado a emigrar para Inglaterra. Integrou o exército liberal de D. Pedro IV, no qual também se encontrava Garrett, desembarcou no Mindelo e participou no cerco do Porto.
Ajudou a organizar a Biblioteca Pública do Porto. Veio para Lisboa quando aí rebentou, a 10/09/1836, o movimento contra a Carta Constitucional, documento de que era acérrimo defensor.
Em 1839 foi nomeado director das bibliotecas reais das Necessidades e da Ajuda por El-rei D. Fernando. Entretanto foi publicando algumas obras: A Harpa do Crente, 1837, Lendas e Narrativas, 2 volumes entre 1839 e 1844, Eurico, o Presbítero, 1844, o primeiro volume da sua História de Portugal, 1846, O Monge de Cister, 1848, entre outras.
Em 1856, por desinteligências com o então recém-nomeado guarda-mor da Torre do Tombo, Joaquim José da Costa Macedo, Herculano abandonou os seus trabalhos de investigação, entregando-se à agricultura na Quinta do Calhariz. Só os retomou em 1857, com a aposentação deste. Até 1873 encarregou-se da sua obra Monumentos históricos, a qual deixou incompleta.
Foi cavaleiro da ordem da Torre e Espada, agraciado em 1839. Foi deputado por um dos círculos do Porto em 1840, vereador e depois Presidente da Câmara de Belém em 1852, e sócio da Academia Real das Ciências de Turim, da Real Academia de História de Madrid, da Real Academia de Ciências da Baviera, membro do Instituto Histórico de França e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro.
(AA)
Bibliografia:
Deliberação Camarária de 06/05/1882
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira
Lisboa, Rio de Janeiro: Enciclopédia, [195-]
O Grande Livro dos Portugueses
Oliveira, Manuel Alves de; Rêgo, Manuela
Lisboa: Círculo de Leitores; 1990
www.arqnet.pt/dicionario/herculanoalex.html
pwp.netcabo.pt/0511134301/herculan.htm
web.ipn.pt/literatura/herculan.htm