Por Deliberação Camarária de 08/07/1895 a Avenida no Prolongamento da Rua da Palma até à Estrada da Circunvalação passou a denominar-se Avenida dos Anjos, sendo que esta, posteriormente, através de edital de 26/06/1903 passou a designar-se por Avenida Dona Amélia.
Contudo, um mês após a Implantação da República, através do edital de 05/11/1910, esta grande artéria, com início na Rua da Palma e fim na Praça Francisco Sá Carneiro passou a intitular-se Avenida Almirante Reis em homenagem ao grande político e militar republicano que chefiou a nível naval a Revolução.

Carlos Cândido dos Reis nascido em Lisboa, no dia 16 de Janeiro de 1852, anticlerical e carbonário activista, estará sempre ligado ao triunfo da Revolução. O seu prestígio levou a maior parte dos oficiais da Armada a participar no movimento. Foi o responsável, juntamente com Miguel Bombarda e Machado Santos, pela componente militar do movimento revolucionário do 5 de Outubro de 1910.
Na véspera da data prevista, quando outros oficiais propuseram um adiamento, Cândido dos Reis recusou e impôs a sua vontade, declarando: “A Revolução não será adiada. Sigam-me se quiserem. Havendo um só que cumpra o seu dever, esse único serei eu”.
Na madrugada de 5 de Outubro, em plena acção revolucionária, dirigiu-se aos Banhos de São Paulo para conferenciar com os companheiros e como as notícias que corriam não eram boas, porque a maior parte das unidades militares comprometidas não tinham chegado a revoltar-se, concluíram que o golpe falhara e decidiram fugir. Cândido dos Reis despediu-se e desapareceu nas ruas da cidade. Horas depois foi encontrado morto na zona de Arroios, tinha-se suicidado. Teve um funeral conjunto ao de Miguel Bombarda, no dia 6 de Outubro de 1910.
A Avenida que lhe foi atribuída não podia ser melhor escolhida, na medida em que era o lugar habitual de ajuntamentos e manifestações dos Republicanos entre 1908 e 1910.
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