Toponimia - detalhe

Politico

Praça Afonso de Albuquerque

Vice-rei da India e Grande Figura do Século XVI
  • Freguesia(s): Belém
  • Início do Arruamento: Confluência da Rua da Junqueira, Calçada da Ajuda, Rua de Belém e Avenida da India.
  • Data de Deliberação Camarária: 13/10/1910
  • Data do Edital: 05/11/1910
  • Designação(ões) Anterior(es): Praça D. Fernando

Por Edital de 5 de Novembro de 1910 a Praça D. Fernando passou a denominar-se Praça Afonso de Albuquerque, com início na confluência da Rua da Junqueira, Calçada da Ajuda, Rua de Belém e Avenida da Índia.
O culto dos heróis, ou melhor, a celebração de figuras heróicas, a glorificação de figuras históricas, mártires da guerra, da monarquia e da religião caracterizou o período da Iª República. Uma das formas de o fazer consistiu nesta atribuição de topónimos.
Afonso de Albuquerque, Governador de Índia, marinheiro e soldado, estratego e estadista, diplomata e político foi considerado um dos grandes vultos da História Ultramarina Portuguesa. Conquistador de várias cidades – Ormuz, Goa e Malaca –, desenvolveu uma intensa actividade administrativa e diplomática para manter e consolidar a soberania portuguesa no Oriente.
Segundo Norberto de Araújo, em Peregrinações em Lisboa: ”rendamos aqui na sua Praça de Afonso de Albuquerque uma homenagem ao arrabaldino bairro, que foi praia do Restelo, e na qual o aziago velho, cuja legenda fatalista do Destino coube contrariar, murmurava numa manhã de Julho de 1497, de parceria com os sinos da Ermida, quando as naus se foram à cata da Índia: Tão balalão.../Quantos lá vão / Que não voltarão! Vamos ver, de-perto, essa estátua-monumento a Afonso de Albuquerque; é das mais expressivas de Lisboa nas suas legendas a relevo, já que não podemos dizer das mais belas.
Deve-se a Simão José da Luz Soriano, escritor e benemérito, a iniciativa de se erigir um monumento a Afonso de Albuquerque – a iniciativa e os fundos para a realização (35 contos legados em testamento). O escultor Costa Mota e o arquitecto Silva Pinto, após concurso público, foram encarregados de pôr de pé o seu projecto; foi o monumento inaugurado em 3 de Outubro de 1902, na presença da família real, enquanto uma divisão naval, composta dos cruzadores “D. Carlos”, “D. Amélia” e “S. Rafael”, e da canhoeira “Sado” e da velha corveta “Duque da Terceira”, salvaram com 21 tiros. A estátua foi fundida na velha “Fundação de Canhões” (Peregrinações, Livro VIII, pág.84), onde se conserva o modêlo.
O mais valioso deste monumento é constituído pelos baixos relevos com passos da vida do vice-rei da Índia: a entrega das chaves de Goa, a derrota dos mouros na ponte da Malaca, Afonso de Albuquerque recebendo o embaixador do rei de Narcinga, e a resposta de Albuquerque ante a proposta daquele embaixador: «é esta a moeda com que o rei de Portugal paga os seus tributos».
No segundo corpo do monumento são também de interêsse escultórico os altos relevos figurando caravelas e galeões; os quatro anjos assentes no ângulo da base do monumento são decorativos.”IN

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Foto - Edital da Rua - Praça Afonso de Albuquerque - edital de 05/11/1910
Edital da Rua, Praça Afonso de Albuquerque - edital de 05/11/1910
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