Toponimia - detalhe
Praça Carlos Fabião
Militar de Abril 1930 - 2006- Freguesia(s): Avenidas Novas
- Início do Arruamento: Rua da Cruz Vermelha
- Fim do Arruamento: Rua Mário Cesariny e Rua Adriano Correia de Oliveira
- Data de Deliberação Camarária: 08/03/2016
- Data do Edital: 07/04/2016
- Designação(ões) Anterior(es): Praça Projetada à Avenida das Forças Armadas, Loteamento da Avenida das Forças Armadas (EPUL)
Carlos Fabião, militar de Abril, da geração que teve o mérito de conseguir ajustar contas com a história e desempenhar um importante papel na constituição de um Portugal democrático, está consagrado numa praça junto à Avenida das Forças Armadas, ambas homenagem aos Capitães de Abril, pelo Edital municipal de 07/04/2016, dez anos após o seu falecimento.
Carlos Alberto Idães Soares Fabião (Lisboa/09.12.1930 – 02.04.2006/Lisboa) nascido no Bairro da Graça, aluno do Gil Vicente e da Escola do Exército, foi o último Governador da Guiné - nomeado pela Junta de Salvação Nacional após o 25 de Abril -, até ao dia 10 de setembro de 1974, data em que Portugal reconheceu a independência da Guiné-Bissau. Fabião fizera 4 Comissões de serviço na Guiné e conhecia a população e até a cultura da etnia Nalú.
Em maio de 1973, Carlos Fabião com Ramalho Eanes, Firmino Miguel e Dias de Lima angariaram outros militares para o movimento de contestação ao Congresso dos Combatentes. E em 17 de dezembro, numa aula do curso de majores, no Instituto de Altos Estudos Militares, o então major Carlos Fabião, conforme acordado previamente com Vasco Lourenço, logo no início da 1ª aula do dia denunciou publicamente a preparação de um golpe de estado de extrema-direita afastar os generais Costa Gomes e António de Spínola, conduzido por quatro generais da ditadura, o que lhe valeu ser transferido para o D.R.M. de Braga e era aí que se encontrava a prestar serviço no dia 25 de Abril de 1974, embora tenha participado em reuniões preparatórias do Movimento dos Capitães.
Na sequência do 28 de setembro, Fabião foi Chefe do Estado Maior do Exército, escolhido pelos militares do Exército para integrar a Junta de Salvação Nacional, e por inerência o Conselho de Estado. Foi então graduado em general e eleito em Assembleia do MFA para substituir Jaime Silvério Marques. Após o 11 de março de 1975 foi extinta a Junta, passando os seus membros a partir do dia 14 a integrar o novo órgão designado como Conselho da Revolução, no qual Carlos Fabião se manteve até dois dias após o 25 de novembro, sendo substituído pelo General Ramalho Eanes e regressado ao posto de coronel. De 11 de março a 25 de novembro, Carlos Fabião atravessou a maior turbulência do processo revolucionário, procurando conciliar as fações e com presença assídua nos Telejornais. Em agosto de 1975, chegou a ser convidado formalmente pelo Presidente da República, General Costa Gomes, para substituir Vasco Gonçalves e formar o VI Governo Provisório, tendo como vice-primeiro-ministro Melo Antunes, mas recusou.
Carlos Fabião foi agraciado com a Ordem da Liberdade (2005) no grau de Grande-Oficial e a título póstumo, a Associação 25 de Abril, de que havia sido presidente da Mesa da Assembleia Geral, fê-lo seu Sócio de Honra, tal como a Assembleia da República aprovou por unanimidade, um voto de pesar pela morte deste militar de Abril.
[PM]