José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira nasceu em Vila do Conde a 17 de Setembro de 1901 e aqui faleceu a 22 de Dezembro de 1969.
A sua acção destaca-se, igualmente, na colaboração efectuada a várias revistas literárias como A Seara Nova, no Mundo Literário e Primeiro de Janeiro. Fundou também, juntamente com Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões, entre outros, a revista Presença.
Poeta, novelista, ensaísta, crítico e dramaturgo, José Régio impôs-se, como uma das figuras mais completas da literatura nacional deste século.
Em 1925 saiu o seu primeiro livro de versos Poemas de Deus e do Diabo, que constituiu a sua consagração como um grande poeta, colocando-o logo na primeira fila dos poetas portugueses contemporâneos. Seguiram-se outras obras de poesia que vieram confirmar o que ele apontou e sugeriu nos Poemas de Deus e do Diabo, das quais se destacam: Biografia (1925); As Encruzilhadas de Deus (1935-1936); Fado (1941); Mas Deus é Grande (1945) Filho de Homem (1961); Cântico Suspenso (1968) e Música Ligeira (publicado postumamente, em 1970).
Os seus altos méritos revelaram-se, ainda, no romance e na novela, onde se salientam: Jogo da Cabra Cega, em 1934, Davam Grandes Passeios aos Domingos, em 1941; O Príncipe com Orelhas de Burro, em 1942; A Velha Casa, em 1945-1946; Histórias de Mulheres, em 1946 e Há Mais Mundos, em 1962.
Na sua obra como ensaísta e crítico figuram alguns títulos, entre os quais: Crítica e Criticados, em 1936; António Botto e o Amor, em 1938; Em Torno da Expressão Artística, em 1940; As Correntes e as Individualidades na Moderna Poesia Portuguesa , em 1952; Ensaios de Interpretação Crítica, em 1964; Três Ensaios sobre Arte, em 1967; Páginas de Doutrina e Crítica da Presença, em 1977. Estes ensaios foram incluídos em antologias que o próprio autor organizou, tais como: Líricas Portuguesas, Poesias de Amor e Luís de Camões.
O Teatro foi outras das categorias a que Régio se dedicou, tendo publicado algumas obras, das quais se distinguem: Jacob e o Anjo (1940); Benilde ou a Virgem-Mãe (1947); El-Rei Sebastião (1949), A Salvação do Mundo (1954); Três Peças em Um Acto (1957) e Sonho de uma Véspera de Exame. A peça Jacob e o Anjo apesar de entrar nos ensaios do Teatro Nacional, não foi representada, tendo sido levada à cena em Paris, numa tradução adaptada e bastante aplaudida pela Imprensa francesa. A peça seguinte Benilde ou Virgem-Mãe foi representada no Teatro Nacional e adaptado para o cinema pelo realizador Manuel de Oliveira. [TSP]