Toponimia - detalhe
Rua Freitas Gazul
Professor de Música e Compositor 1841 - 1925- Freguesia(s): Campo de Ourique
- Início do Arruamento: Rua Sampaio Bruno
- Fim do Arruamento: Estrada dos Prazeres
- Data do Edital: 02/06/1958
- Designação(ões) Anterior(es): Era a Rua Projectada à Rua Gervásio Lobato (vidé obs.)
Francisco Freitas Gazul, compositor da passagem do séc. XIX para o XX e discípulo de Guilherme Cossoul, está perpetuado numa rua de Campo de Ourique, desde a publicação do Edital municipal de 02/06/1958 que o colocou na Rua Projetada à Rua Gervásio Lobato, ficando a ligar a Rua Sampaio Bruno à Estrada dos Prazeres, a partir de uma solicitação da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses.
Francisco de Freitas Gazul (Lisboa/30.09.1842 – 20.10.1925/Lisboa), filho do músico Francisco Gazul, distinguiu-se como professor de música, violoncelista, contrabaixista, bem como maestro e compositor de música litúrgica, de câmara e de operetas. A partir de 1856, estudou no Conservatório de Lisboa Rudimentos Musicais com Filipe Real (recebeu a medalha de ouro), Violoncelo com João Jordani e também com Guilherme Cossoul, assim como Harmonia, Contraponto e Fuga com Monteiro d’ Almeida, pelo que não se estranha que depois se tenha feito professor de Rudimentos Musicais na mesma Escola, sendo de realçar que Viana da Mota foi seu aluno.
Quando Guilherme Cossoul foi nomeado diretor da Orquestra de São Carlos, em 1859, chamou Freitas Gazul para seu assistente. Em 1867 ficou em primeiro lugar na vaga para 2º violoncelo nas óperas e 1º nos bailados. Em 1875 esteve como maestro-ensaiador no Teatro de São João (no Porto), onde ensaiou e dirigiu várias óperas como Linda de Charmonix, Guilherme Tell, Barbeiro de Sevilha, Baile de Máscaras, Othello ou a Traviata. Regressado a Lisboa passou a trabalhar no Teatro da Rua dos Condes, onde musicou operetas e várias paródias. Como compositor, destaquem-se a sua 2ª Sonata (1870), a Sonatina e La Première Jeunesse. Francisco Palha contratou-o depois para o Teatro da Trindade, para compor música para várias operetas. Destaque-se ainda que Freitas Gazul compôs um hino à Carta, já que era partidário de Costa Cabral, bem como uma ópera em quatro actos, Frei Luís de Sousa, a partir do texto homónimo de Almeida Garrett que subiu ao palco do São Carlos em 19 de março de 1891.
Freitas Gazul foi ainda autor de dois livros, um de exercícios de solfejo e outro de rudimentos musicais, sendo o primeiro ainda usado nos dias de hoje nas bandas de música. Existiu em Lisboa uma Sociedade Filarmónica Francisco Freitas Gazul.
[PM]