Toponimia - detalhe
Praça António Baião
Historiador 1878 - 1961- Freguesia(s): Benfica
- Início do Arruamento: Largo Ernesto Soares - Travessa do Sargento Abílio
- Fim do Arruamento: Sem Saída
- Data de Deliberação Camarária: 10/11/2004
- Data do Edital: 18/11/2004
- Designação(ões) Anterior(es): Praça B à Travessa Sargento Abílio
O historiador António Baião, que durante 40 anos dirigiu a Torre do Tombo, está desde 2004 perpetuado na toponímia de Benfica, numa Praça, que antes era identificada como Praça B à Travessa Sargento Abílio. Aconteceu pelo Edital Municipal de 18 de novembro de 2004, que neste bairro também atribuiu o Largo Ernesto Soares (era o Largo A) e a Praça Laranjo Coelho (era a Praça C), tributo a outros dois historiadores.
De seu nome completo António Eduardo Simões Baião (Ferreira do Zêzere/10.10.1878 – 21.05.1961/Lisboa), dirigiu o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, de 10 de março de 1908 até 1948, local onde trabalhava desde 18 de dezembro de 1902, como segundo conservador. É aqui que nasce enquanto investigador e erudito, servindo-se dos acervos da Torre do Tombo e da Academia das Ciências de Lisboa, tendo começado por publicar estudos sobre Herculano e sobre o Visconde de Santarém.
De forma complementar, evidenciou-se com os seus estudos sobre a inquisição como A Inquisição em Portugal e no Brasil (1906), os três volumes de Episódios Dramáticos da Inquisição Portuguesa (1919-1938) e os dois volumes de A Inquisição de Goa (1929-1930), bem como sobre os seus antecessores à frente da Torre do Tombo, especializando-se no que designou como A Infância da Academia (1788-1794) que publicou em 1934.
Refiram-se ainda as suas biografias O Matemático Pedro Nunes e a sua Família (1915) e a Biografia do Santo Condestável (1952) e com Pedro de Azevedo, O Arquivo da Torre do Tombo (1905).
António Baião também acumulou durante alguns anos as funções de diretor da Torre do Tombo com as de auditor administrativo do distrito de Lisboa e de professor do ensino técnico. Entre 1903 e 1905 foi director da Revista Pedagógica, dedicando-se a temas da área das ciências da educação, para além de ao longo da sua vida ter colaborado na revista Serões (1901-1911), nos Anais das bibliotecas, arquivo e museus municipais (1931-1936) e no Boletim cultural e estatístico (1937).
Foi sócio efetivo (1920) da Academia das Ciências de Lisboa, tendo chegado a vice-secretário geral e a diretor dos Portugaliae Monumenta Historica, para além de ter sido sócio fundador da Academia Portuguesa de História, na refundação de 1936, onde foi 2º vice-presidente, 1º vice-presidente e presidente interino.
Filho dos proprietários António Simões Baião e de Emília Cotrim de Carvalho Baião, formou-se Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra em 12 de junho de 1900, tendo sido contemporâneo de Emídio Navarro, de Afonso Lopes Vieira e de Laranjo Coelho e depois até 1902 foi professor do ensino secundário no Liceu de Santarém. Sobre a sua terra natal publicou ainda A Vila e Concelho de Ferreira do Zêzere (1918) e Dois altos funcionários da Casa do Infante D. Henrique no Concelho de Ferreira do Zêzere; um monteiro-mor e outro seu vedor (1960).
[PM]