Toponimia - detalhe

Monarquia,Expansão Portuguesa

Avenida Infante Dom Henrique

  • Freguesia(s): Santa Maria Maior , Beato , Parque das Nações , São Vicente , Penha de França , Olivais , Marvila
  • Início do Arruamento: Praça do Comércio
  • Fim do Arruamento: Praça José Queiroz
  • Data do Edital: 24/07/1948
  • Designação(ões) Anterior(es): Via pública projectada entre a Praça do Comércio e a Praça de Moscavide (actual Praça José Queirós)

A Rua de São Tomé foi alvo no ano de 1882 de uma alteração toponímica passando a chamar-se Rua do Infante D. Henrique. Na sua reunião de 8/06/1948, a Comissão de Toponímia aprovou a transferência da nomenclatura para o arruamento compreendido entre o Terreiro do Paço e a Praça de Moscavide, que passou a designar-se Avenida Infante Dom Henrique. Na mesma reunião propôs também que o topónimo Rua de São Tomé retornasse à sua localização inicial.

O topónimo Avenida Infante Dom Henrique foi oficializado pela câmara através de Edital de 24/07/1948 identificando a “via pública projectada entre a Praça do Comércio e a Praça de Moscavide (actual Praça José Queirós)”. Segundo informação do Urbanismo da CML de 1953, este arruamento era conhecido por Avenida Marginal Oriental.

“Quinto filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre nasceu em 1394, no Porto, e morreu em 1460, em Sagres. Participou, em 1415, na conquista de Ceuta. Em 1417 é nomeado Mestre da Ordem de Cristo, de cujos recursos se vai servir para a grande empresa marítima.

As primeiras navegações chegam a Porto Santo (1419) e Madeira (1420), que logo procura colonizar, pois um dos seus motivos é o económico. A este motivo teremos de juntar o político, com a posse de novos domínios, ao mesmo tempo que se alargam os horizontes de intervenção da nobreza, e o religioso, inserido numa época em que os Turcos eram uma ameaça para a Europa e em que se falava na existência de um reino cristão em África, a Terra do Preste João, e que se queria atingir contornando a África.

Instala-se em Lagos, procura rodear-se de cartógrafos e de gente experimentada na navegação, e procura obter o máximo de informações acerca das terras a demandar e dos novos conhecimentos de navegação. A partir de 1422 o Infante envia todos os anos barcos a explorar a costa africana, estudando os ventos e correntes e as novas formas de navegação no mar alto. Em 1426 passa-se o Cabo Não e em 1427, no regresso de uma viagem, levados pelo vento, os navegadores chegam à parte oriental dos Açores, cujas ilhas logo vão ser povoadas. Vão-se aperfeiçoando os instrumentos náuticos, como o astrolábio e o quadrante, bem como cartas de marear mais perfeitas. Finalmente, em 1434, Gil Eanes passa o Cabo Bojador, pondo fim à lenda do Mar Tenebroso e abrindo novas perspectivas ao avanço das navegações, que vão prosseguir em grande ritmo. Atinge-se Arguim, a foz do Senegal, Guiné e Serra Leoa, ainda em vida do Infante.

Em 1431 é nomeado protector da Universidade de Lisboa, onde vai reorganizar os estudos, introduzindo o estudo da Matemática e da Astronomia; participa na trágica expedição a Tânger (1437), na conquista de Alcácer Ceguer (1457), bem como na crise entre seu irmão D. Pedro e o sobrinho D. Afonso V, que culminou na batalha de Alfarrobeira (1449).”
In Diciopédia

Bibliografia:

Actas da Comissão Municipal de Toponímia de Lisboa, Vol 1, Comissão Municipal de Toponímia, Lisboa: Câmara Municipal, 2000

Edital da CML de 24/07/1948

Infante D. Henrique. In Diciopédia X [CD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2006. ISBN: 978-972-0-65261-4

Recursos associados


Foto - Edital da Rua - Edital nº 93/2001
Edital da Rua, Edital nº 93/2001
Foto - Edital da Rua - Edital de 24/07/1948
Edital da Rua, Edital de 24/07/1948
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