"Aos trinta dias do mês de Abril de mil novecentos e noventa e nove, pelas quinze horas, na sala das Sessões Privadas dos Paços do Concelho de Lisboa, reuniu a Comissão Municipal de Toponímia, (...) a Comissão resolveu atribuir ao impasse “A” à Rua General Firmino Miguel, na freguesia de São Domingos de Benfica, o seguinte topónimo: Rua General Correia Barreto/1853 – 1939”, conforme Edital de 30 de Julho de 1999.
Porém, “Aos 22 dias do mês de Novembro de 2000, pelas 15 horas, numa das salas do Edifício Central do Campo Grande reuniu a Comissão Municipal de Toponímia, (...) a Comissão apreciou um ofício que a Associação dos Pupilos do Exército apresentou à Vereadora Rita Magrinho a solicitar de alteração do topónimo atribuído ao General Correia Barreto. A Comissão decidiu aceitar a solicitação, passando, deste modo, a Rua General Correia Barreto a designar o arruamento da Radial de Benfica e a actual Rua General Correia Barreto terá a seguinte designação: Rua Dr. Bastos Gonçalves/Brigadeiro-Médico/1898-1984”, conforme Edital nº 16 de 21 de Fevereiro de 2001.
Contudo, em 24 de Setembro de 2004, no Edital nº 64 pode ler-se: “Por ter saído com inexactidão o Edital nº 16/2001, de 21 de Fevereiro de 2001, e face à necessidade de se proceder à natural rectificação, faz-se saber, que a artéria onde se irá proceder à colocação do topónimo, não é uma Rua, é exactamente: Avenida General Correia Barreto / Fundador dos Pupilos do Exército/ 1853-1939”.
António Xavier Correia Barreto, nasceu em Lisboa a 5 de Fevereiro de 1853 e faleceu a 15 de Agosto de 1939, em Sintra.
Com apenas 17 anos, integrou voluntariamente, o Regime de Infantaria n.º 16, foi promovido a alferes – aluno da Arma de Artilharia (1874), passou, mais tarde, para o Regimento de Artilharia n.º 1, obtendo o posto de general, em 1914. Nesse período de tempo, prosseguiu os estudos na Escola Politécnica – onde foi aluno de António Augusto de Aguiar –, e na Escola do Exército, concluindo o Curso da Arma de Artilharia.
Fundador do Instituto Militar dos Pupilos do Exército, o General Correia Barreto notabilizou-se com a publicação, em 1885, de um estudo sobre de um novo tipo de pólvora sem fumo que ficou chamada “Pólvora Barreto”.
Conhecido pelas suas ideias republicanas, foi convidado pelo Almirante Cândido dos Reis para a comissão organizadora da revolução de 1910. Após a revolução, foi nomeado Ministro de Guerra do Governo Provisório logo no dia 5 de Outubro de 1910, cargo que exerceu até 1911 e também entre 1912 e 1913. Em 1913, passou a ocupar o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Candidatou-se à Presidência da República em 1915 e em 1919, mas nunca foi eleito e, em 16 de Fevereiro de 1920 foi eleito Senador e Presidente do Senado cargo que ocupou até 1926.
(IN)





O General da Radial
Encaixada entre o verde do Parque Florestal do Monsanto e os carris da Linha de Sintra, existe uma via que facilita a ligação rodoviária entre a Rua de Campolide e a Avenida Eusébio da Silva Ferreira. A última encaixa-se no tema do texto e já foi abordada em publicação de 19 de janeiro deste ano.
A valência recebeu o nome, em projeto, de Radial de Benfica. As obras para a sua construção iniciaram-se em 1998 e foi aberta ao trânsito em 2001, continuando a ser assim identificada. Para isso muito contribuiu a sinalização rodoviária e a ausência de habitação, a qual geralmente cimenta a toponímia de um local. Quem cruza a cidade no seu veículo, preocupado com o trânsito, afinará certamente o ouvido à referência na rádio à Radial de Benfica.
Ora, será surpresa para muitos que a via possui a toponímia oficial de Avenida General Correia Barreto, com a legenda Fundador dos Pupilos do Exército/ 1853-1939. Tem placas toponímicas nos acessos e nos extremos. Descrevamos então o processo de atribuição do topónimo oficial que atravessou três estágios:
Na sua reunião de 30 de abril de 1999, a Comissão Municipal de Toponímia deliberou propor à edilidade a atribuição ao Impasse “A” à Rua General Firmino Miguel, na freguesia de São Domingos de Benfica, o topónimo Rua General Correia Barreto/1853 – 1939”, denominação oficializada por edital de 30 de julho de 1999.
Posteriormente, a 22 de novembro de 2000, a Comissão apreciou um ofício da Associação dos Pupilos do Exército a propor a deslocalização do topónimo General Correia Barreto, fundamentada com a localização do Instituto dos Pupilos do Exército, cujo muro acompanha um troço da Avenida, acrescentando que o General foi o fundador da instituição. Aceite a proposta, foi decidido que a toponímia Rua General Correia Barreto passasse a designar o arruamento da Radial de Benfica e que o mesmo que recebera o seu nome por curto prazo, recebesse a designação Rua Dr. Bastos Gonçalves, alteração tornada pública por edital de 21 de fevereiro de 2001.
Por fim, considerando as características da via, por edital de 24 de setembro de 2004, esta passou de “Rua” a “Avenida”.
O General Correia Barreto obteve esse posto em 1914, após uma vida dedicada à carreira militar, iniciada aos 17 anos, com o seu ingresso voluntário na Regimento de Infantaria n.º 16.
Foi o fundador do Instituto Profissional dos Pupilos do Exército de Terra e Mar, atual Instituto dos Pupilos do Exército, e notabilizou-se com a publicação, em 1885, de um estudo sobre um novo tipo de pólvora sem fumo que ficou conhecida por “Pólvora Barreto”.
Republicano, fez parte da comissão organizadora da Revolução de 1910, após a qual foi Ministro de Guerra do Governo Provisório, cargo que exerceu até 1911 e também entre 1912 e 1913, ano em assumiu a presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Em 1920, foi eleito Senador e Presidente do Senado, cargo que ocupou até 1926.
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