O pintor Sá Nogueira, com uma longa carreira como docente universitário, foi fixado na Rua H do Pólo Universitário da Ajuda pelo edital municipal de 19/04/2004, correspondendo a um pedido da Universidade Técnica de Lisboa para no seu Pólo Universitário da Ajuda perpetuar nomes ligados à instituição e às faculdades ali instaladas, tendo sido assim também inaugurados em 17/03/2005 a Alameda da Universidade Técnica, a Rua Almerindo Lessa, a Rua Ildefonso Borges e a Rua Joaquim Fiadeiro.

Rolando Augusto Bebiano Vitorino Dantas Pereira de Sá Nogueira (Lisboa/19.05.1921 – 18.11.2002/Lisboa), foi um pintor que chegou a integrar a 3ª geração de modernistas, com influências de Matisse e de Modigliani, embora tenha desenhado para si um percurso único, sendo de 1960 a sua primeira exposição individual. Tomou Lisboa como tema recorrente da sua vasta obra e nesta cidade deixou vasta arte pública, como os painéis de Azulejo para a Escola Primária de Vale Escuro (1955), o piso em mosaico do antigo jardim de inverno do Hotel Ritz (1958/59), o painel de azulejos com quotidiano ribeirinho para a Avenida Infante Santo (1959), o painel da entrada do Parque de Campismo de Monsanto (1961), os painéis de azulejo da Estação de Metro das Laranjeiras (1987), o painel com borboletas na Avenida Marechal António de Spínola e o mosaico Rio Vivo no Passeio de Neptuno do Parque das Nações. Refira-se que em 1974 integrou o Movimento Democrático dos Artistas Plásticos, tendo sido um dos 48 artistas que realizou o gigantesco painel de 24 x 4,5 metros de Homenagem à Revolução do 25 de Abril, em Belém, e que viria a ser destruído por um incêndio em 1981.

Enquanto professor Rolando Sá Nogueira contribuiu para a formação de muitos jovens arquitetos e designers que o referenciaram como mestre. Começou em 1965 como docente de desenho no Curso de Formação Artística da Escola de Belas-Artes de Lisboa e continuou na Sociedade Nacional de Belas-Artes, no Município de Setúbal (entre 1975 e 1977), na Escola Superior de Belas Artes do Porto (1977), na Escola Superior Cooperativa Árvore do Porto (1980) e na Faculdade de Arquitetura de Lisboa a partir de 1983.

Sá Nogueira entrou em 1942 para Escola de Belas Artes de Lisboa, contra a vontade familiar que o destinava a médico, para cursar Arquitetura mas acabou por formar-se em Pintura, em 1950. Dava-se com os professores Leopoldo de Almeida, Eduardo Viana, Bernardo Marques e Almada Negreiros. Mas segundo o próprio a sua vocação de pintor nasceu nos ateliers dos arquitectos Frederico George e Francisco Keil do Amaral onde se reunia com os amigos Jorge Vieira, António Correia, Euclides Vaz, Daciano Costa, Conceição Silva e Palma de Melo, bem como na tertúlia da casa de Duarte Castel-Branco, com João Abel Manta e José Dias Coelho. Entre 1947 e 1961 realizou muitos retratos dos seus amigos, como Frederico George, Jorge Vieira ou Keil do Amaral. A dificuldade em viver da pintura nas décadas de 50 e 60 do século passado, levou-o a trabalhar também em cenários e figurinos, nomeadamente com Jacinto Ramos. Também em 1969 começou a trabalhar no atelier do arquiteto Conceição e Silva (até 1975). Em 1957 abriu na Rua das Taipas um atelier com Bartolomeu Cid e Nikias Skapinakis,para além do que acabou por instalar também em sua casa – no nº 9 da Praça Paiva Couceiro – e mais tarde, regressou à Rua das Taipas para um novo atelier no nº 12.

Sá Nogueira foi também ilustrador, patente em obras como o Malhadinhas de Aquilino Ribeiro (1958), As Mais Belas Poesias de Olavo Bilac escolhidas por José Régio (1966), Tarrafal-Testemunhos (1978) e A Luta é minha primavera (1981).

[PM]

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