Toponimia - detalhe
Avenida da Torre de Belém
- Freguesia(s): Belém
- Início do Arruamento: Avenida da Índia
- Fim do Arruamento: Avenida do Restelo
- Data do Edital: 07/08/1945
- Designação(ões) Anterior(es): Avenida CD, da Encosta da Ajuda
Desde 1945 que a Avenida Torre de Belém é a via da capital que segue a direito para o Baluarte de São Vicente, estrutura militar mais conhecida como Torre de Belém.
Belém acolheu em 1940 a Exposição do Mundo Português e nessa mesma década os arruamentos da Baixa lisboeta receberam um novo tipo de placa toponímica – a Tipo III – mais trabalhada e luxuosa, para Lisboa exibir dois postais de modernidade. A edilidade também denominou a Avenida CD da Encosta da Ajuda, pelo Edital de 7 de agosto de 1945, como Avenida Torre de Belém que ficou contida, quase três anos depois, pelo Edital de 29 de abril de 1948, entre a Avenida da Índia e a Avenida do Restelo.
Nos anos 50, procedeu-se a um aterro e terraplanagem da zona junto à Torre de Belém, para facilitar a estada e passeio junto a este monumento nacional desde 1907, icónico de uma época de grandeza e modernidade de Portugal. Em 1955 foi exposto no Pavilhão Municipal da Feira Popular o Plano de Urbanização da Encosta do Restelo.
A icónica Torre de Belém foi erguida num afloramento rochoso da praia de Belém em 1520, cercada então pelas águas em todo o seu perímetro, denominada em honra do padroeiro da cidade de Lisboa Baluarte de São Vicente a par de Belém, mas também conhecida como Torre de São Vicente ou Baluarte do Restelo. Esta fortificação integrava o plano defensivo da barra do rio Tejo traçado por D. João II que incluía também o Baluarte de Cascais ou Torre de Santo António de Cascais (1488) e o Baluarte da Caparica ou Torre de São Sebastião da Caparica (1481). A obra só começou em 1514, no reinado de D. Manuel, sendo arquiteto Francisco de Arruda e as obras prosseguiram a cabo de Diogo Boitaca, que dirigia em paralelo as da construção do Mosteiro dos Jerónimos.
Com a evolução dos meios de ataque e defesa, esta estrutura militar foi gradualmente, perdendo a sua função original de defesa da barra do Tejo, tendo ao longo dos séculos sido utilizada como registo aduaneiro, posto de sinalização telegráfico e farol. Também os seus paióis serviram de masmorras para os presos políticos durante o reinado de Filipe I de Portugal e para o Arcebispo de Braga (1586-1641) por ter feito frente a D. João IV, defendendo Espanha.
A Torre de Belém, considerada pela UNESCO Património Mundial desde 1983, foi também eleita uma das Sete Maravilhas de Portugal em 7 de julho de 2007.
[PM]