Toponimia - detalhe

Deputado,Autarca,Médico,Politico,Professor Universitário,Maçonaria

Rua Azevedo Neves

Cientista e Vereador da C.M.L. 1877 - 1955
  • Freguesia(s): Alvalade , São Domingos de Benfica
  • Início do Arruamento: Avenida dos Combatentes
  • Fim do Arruamento: Rua das Laranjeiras
  • Data do Edital: 03/11/1986
  • Designação(ões) Anterior(es): Rua 2, à Avenida dos Combatentes.

Por sugestão da sua filha Maria Luísa de Carvalho foi Azevedo Neves inscrito na toponímia de Lisboa, na Rua 2 à Avenida dos Combatentes, 31 anos após o seu falecimento.

João Alberto Pereira de Azevedo Neves (Angra do Heroísmo/12.05.1877 – 14.04.1955/Lisboa) participou na I República enquanto Ministro do Comércio de Sidónio Pais e vereador na Câmara de Lisboa, de 1923 a 1925, sendo nesses anos contemporâneo de Alfredo Guisado na gestão da edilidade.

Azevedo Neves ingressou no 13.º Governo da República a 8 de Outubro de 1918, como Ministro do Comércio de Sidónio Pais, na altura designado como secretário de estado em resultado das alterações constitucionais introduzidas pelo sidonismo, e manteve-se no cargo após o assassinato de Sidónio, no governo de Tamagnini Barbosa, de 23 de Dezembro de 1918 a 27 de Janeiro de 1919. Durante a ausência de Egas Moniz, Ministro dos Negócios Estrangeiros, na Conferência de Paz de Paris, Azevedo Neves assumiu também interinamente a pasta deste mas da sua passagem pelo Governo releva-se sobretudo a reestruturação do ensino comercial de que resultou a consolidação das escolas comerciais e industriais.

Ainda na área política já nas eleições gerais de 12 de Fevereiro de 1905 fora eleito deputado pelo círculo de Santiago de Cabo Verde pelo Partido Progressista, tendo integrado a Comissão do Ultramar mas não se lhe conhecendo qualquer intervenção parlamentar.

Depois da implantação da República Azevedo Neves ingressou na Maçonaria, no Triângulo n.º 159, com sede na Amadora – já que ele morou neste Concelho e chegou a ser o Presidente da Comissão Executiva da Liga de Melhoramentos da Amadora -, onde adoptou o nome simbólico de Justitia, não obstante ser defensor da monarquia constitucional e da Causa Monárquica.


Após a implantação da República, em 1911, foi fundado o Instituto de Medicina Legal, em Lisboa, e o Prof. Dr. Azevedo Neves foi o seu 1º director, cargo que exerceu pelo menos até 1942.

Na área médica e académica, Azevedo Neves foi professor catedrático de Medicina Legal em Lisboa, o 1º reitor da Universidade Técnica de Lisboa, membro do Conselho Médico-Legal, vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, presidente da Sociedade de Ciências Médicas (1919 – 1921) e director da Associação Internacional de Estudo do Cancro, sendo considerado pioneiro em Portugal da Medicina Legal, da luta contra o cancro e da fisioterapia.
Formado em 1901 na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, com a tese de licenciatura intitulada «Contribuição para o Estudo do Ovário», especializou-se em anatomia e medicina legal na Alemanha e a convite do Prof. Curry Cabral fundou o Laboratório de Análise Clínica do Hospital de São José (1902), regeu Anatomia Patológica (de 1915 a 1918 e de 1927 a 1934) e deixou publicados cerca de 112 títulos, dos quais se salientam «Prática de Autópsias – Técnica e Diagnóstico» (1909), «O ensino da medicina legal» (1913), « Os serviços periciais do Instituto de Medicina Legal de Lisboa» (1914), o « Guia de Autópsias» (1915), « Os serviços médico-forenses em Portugal» (1922), « Norma do relatório de autópsia» (1930), para além dos ensaios «António Cândido» (1923), «Júlio de Castilho. Discursos» (1924), «El-Rei D. Fernando II» (1935), tendo ainda exercido o cargo de 24.º presidente da Academia das Ciências de Lisboa até 1944.
[PM]

Recursos associados


Foto - Homenageado - Na Ilustração Portug.em 1905
Homenageado, Na Ilustração Portug.em 1905
Foto - Edital da Rua - Edital nº 81/1986
Edital da Rua, Edital nº 81/1986
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Edital da Rua, Edital nº 81/1986 cont.
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