A esta rua aparentemente sem denominação, no Sítio do Rio Seco, conforme refere o Edital municipal de 7 de Agosto de 1911 foi atribuído o topónimo Rua Dom João de Castro. No entanto, de acordo com a informação 3123 da Repartição de Urbanização e Expropriações da CML, de 21/03/1956, constante na folha 3 do processo nº 13102/56, na planta da cidade de 1911 era esta artéria denominada como Estrada do Rio Seco e ainda antes, na planta de 1896, como Estrada dos Fornos de El-Rei. Aliás, já numa planta de 1890, anexa a um ofício do engenheiro director-geral da CML conservado no Arquivo Municipal do Arco do Cego, aparece esta Estrada dos Fornos d'El-Rei no Rio Seco.
Em 1915, por deliberação camarária de 15 de Julho e edital de dia 17, este arruamento cresceu com a inclusão do troço da via pública que parte do sul no seguimento da Rua Dom João de Castro. E a legenda só foi introduzida em 1960, por parecer da Comissão Consultiva Municipal de Toponímia de 3 de Março, homologado pelo Presidente da CML.
D. João de Castro (Lisboa/27.02.1500 – 06.06.1548/Goa) foi governador da Índia e depois, o seu 4.º vice-rei. Fidalgo da corte de D. Manuel foi armado cavaleiro em Tânger e chegou à Índia na frota do seu cunhado D. Garcia de Noronha em 1538. Regressou a Portugal e foi nomeado general da armada da costa em 1542. Na Índia, ficou célebre a carta que em 23 de Novembro de 1546 dirigiu aos vereadores da câmara de Goa, afim de obter um empréstimo de 20.000 pardaus para as obras da reedificação da fortaleza de Diu dando por penhor as suas barbas. Em 13 de Outubro do ano seguinte o monarca português enviou-lhe o título de vice-rei e uma ajuda de custo de 10.000 cruzados, prorrogou-lhe o governo por mais três anos e concedeu ao seu filho D. Álvaro o posto de capitão-mor do mar da Índia.
D. João de Castro que fora discípulo de Pedro Nunes, estudou astronomia náutica e oceanografia de onde resultaram as suas obras «Roteiro de Lisboa a Goa», «Primeiro Roteiro da costa da Índia desde Goa até Diu» (1538-39), «Cosmografia e Descrição do Reino de Daquém» (1843), «Roteiro do Mar Roxo» (publicado apenas em 1883)
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