Toponimia - detalhe

Arabismos

Calçada de Carriche

  • Freguesia(s): Santa Clara , Lumiar
  • Início do Arruamento: Rua do Lumiar
  • Fim do Arruamento: Fim do concelho

Para a Calçada da Carriche não existem registos nem indicação de edital de atribuição do topónimo, em virtude de este ser antiquíssimo.

O Desfiladeiro de Carriche, denominação já do tempo da ocupação romana, deu lugar à Calçada de Carriche, topónimo derivado de pedra qualquer que seja a sua origem e no século XX até mereceu honra de ser o título de um poema de António Gedeão, de 1958.

Esta passagem natural no Norte de Lisboa já se denominava Desfiladeiro de Carriche no tempo da ocupação romana da Península Ibérica, pelo menos desde o séc. III. Na ocupação muçulmana que se seguiu – nos séculos VIII a XII – o topónimo permaneceu e não se apagou. Sobre a sua origem etimológica há quem defenda que derivará do céltico carr, que quer dizer pedra, enquanto outros apontam que radicará no árabe qarix, que significa pedra miúda e cascalho. Em qualquer das opções, a pedra maior ou mais pequena do desfiladeiro original ficou para sempre na toponímia lisboeta.

Esta Calçada tem vestígios de ocupação humana pré-histórica, desde o Paleolítico. De 1852 a 1885, como as freguesias do Lumiar e da Ameixoeira, assim com as outras do Termo, integrava o concelho dos Olivais. Depois foi incorporada no território de Lisboa em 18 de julho de 1885, altura em que foi estabelecida uma nova estrada da circunvalação, que aproveitou parte da Estrada Militar desde Benfica ao Forte da Ameixoeira (edificado sobre um povoado Calcolítico), e demorou a ser construída de 1886 a 1900, com 3 postos fiscais (ou portas): o Vale do Forno, Alcoutins e Carriche. Na planta de Júlio Silva Pinto de 1906 estão referenciados a Calçada de Carriche, as Portas da Calçada de Carriche e o Posto de Carriche.

Hoje a Calçada de Carriche começa na Rua do Lumiar e termina no limite do concelho de Lisboa, no Senhor Roubado de Olival Basto, já do concelho de Odivelas.

[PM]

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