Toponimia - detalhe

Médico,Politico,Nobel,Republicano

Avenida Professor Egas Moniz

Médico Neurologista 1874 - 1955 - Prémio Nobel de 1949
  • Freguesia(s): Alvalade
  • Início do Arruamento: Avenida Professor Gama Pinto
  • Fim do Arruamento: Avenida dos Combatentes
  • Data do Edital: 13/02/1963
  • Designação(ões) Anterior(es): Era a Avenida A da Cidade Universitária.

Numa nova artéria junto ao Hospital de Santa Maria, a Avenida A do plano de urbanização da Cidade Universitária, foi inscrito na toponímia lisboeta o único Nobel da Medicina português, o Prof. Egas Moniz.

Já em 1950 a Junta de Freguesia de São Sebastião da Pedreira solicitara que este laureado no ano anterior com o Nobel desse nome a um dos arruamentos da freguesia mas a Comissão Municipal de Toponímia manteve o seu princípio de não atribuir nomes de personalidades ainda não falecidas.

António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz (Estarreja - Avança/29.11.1874 – 13.12.1955/Lisboa) foi médico, investigador, professor universitário e Ministro dos Negócios Estrangeiros. Aliás, Egas Moniz desenvolveu uma activa participação política iniciada em 1900 como deputado. Foi depois preso ao envolver-se na conspiração frustrada de 28 de Janeiro de 1908 contra a ditadura de João Franco; em 1910 aderiu à República e à iniciação maçónica na Loja Simpatia e União de Lisboa; voltou a ser deputado em 1911-1913; foi um dos fundadores do Partido Republicano Centrista (dissidente do Partido Evolucionista) em 1917 para, com Sidónio Pais, ainda nesse mesmo ano exercer funções de Embaixador de Portugal em Madrid e no ano seguinte, ocupar a pasta dos Negócios Estrangeiros, qualidade na qual presidiu à delegação portuguesa na Conferência de Paz de Versalhes, em 1918.

Egas Moniz foi professor universitário da Faculdade de Medicina de Coimbra, de anatomia e fisiologia e em 1911, veio fazer a docência da cadeira de Neurologia na recém-criada Faculdade de Medicina de Lisboa e nesta cidade abriu consultório. Dedicou-se à investigação, onde se destacam os seus trabalhos sobre a angiografia cerebral, conseguida em 1927 e premiada com o Prémio Oslo de 1945 bem como o desenvolvimento da leucotomia pré-frontal, concretizada em 1935, as técnicas que lhe granjearam fama, respeito e reconhecimento, nacional e internacional, culminando na atribuição do Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina (partilhado com Walter Rudolf Hess) e, para o qual já antes havia sido proposto 4 vezes (1928, 1933, 1937 e 1944). A angiografia deu pela primeira vez visibilidade às artérias do cérebro tornando possível localizar neoplasias, aneurismas, hemorragias e outras malformações no cérebro abrindo novos caminhos para a cirurgia cerebral. Em 1950 tornou-se presidente do então criado Centro de Estudos Egas Moniz, no Hospital Júlio de Matos (transferido em 1957 para o Hospital de Santa Maria). Egas Moniz desempenhou ainda os cargos de director do Hospital Escolar de Lisboa (1922) e da Faculdade de Medicina de Lisboa (1929-1931) e deixou extensa obra publicada - mais de 300 títulos - de onde sobressai «Confidências de um investigador científico». Saliente-se também que a sua Tese de Doutoramento «A Vida Sexual – Fisiologia», apresentada em 1901 e «A Vida Sexual - Patologia», trabalho para as suas provas de concurso para lente da Faculdade de Medicina de Coimbra em 1902, foram reunidas e publicadas em 1913 na sua obra «A Vida Sexual (Fisiologia e Patologia)», a qual se tornou uma obra polémica e muito procurada, com 19 edições até 1933, sendo que a partir do governo de Salazar, a sua aquisição só podia ser feita com receita médica.

A título de curiosidade, refira-se que foi o seu tio e padrinho, o padre Caetano de Pina Resende Abreu Sá Freire que insistiu para que ao nome fosse adicionado Egas Moniz, por a família descender em linha directa deste aio de Afonso Henriques.
[PM]

Recursos associados


Foto - Homenageado - 1907 (Joshua Benoliel)
Homenageado, 1907 (Joshua Benoliel)
Foto - Edital da Rua - Edital nº 46/1963
Edital da Rua, Edital nº 46/1963
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