Toponimia - detalhe

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Rua das Amoreiras

  • Freguesia(s): Santo António , Campo de Ourique
  • Início do Arruamento: Largo do Rato
  • Fim do Arruamento: Avenida Engenheiro Duarte Pacheco
  • Data de Deliberação Camarária: 18/05/1889
  • Data do Edital: 08/06/1889
  • Data do Edital do Governo Civil: 03/02/1874
  • Designação(ões) Anterior(es): As Ruas do Arco das Águas Livres, de São João dos Bem Casados e dos Arcos das Águas Livres que principiam no Largo do Rato e termina nas Portas da Cidade passam a ter a denominação única de Rua das Amoreiras por edital de Gov. Civil de 03/02/1874.

O Governador Civil de Lisboa Augusto César Cau da Costa tendo tido conhecimento da «conveniencia que resultará de se dar uma só denominação á Rua que vai desde o Largo do Rato até ás portas da Cidade que ficam em frente dos arcos das aguas livres, a qual, em todo o seu prolongamento tem três denominações diversas, que nenhuma razão justifica antes são causa de permanente confusão» determinou que a Rua do Arco das Águas Livres, a Rua de S. João dos Bem Casados e a Rua dos Arcos das Águas Livres passassem a ter a denominação única de Rua das Amoreiras, pelo seu Edital de 3 de fevereiro de 1874. Nasceu assim a Rua das Amoreiras, do Largo do Rato até às Portas da Cidade, assinaladas pelo Arco da autoria de Carlos Mardel, construído entre 1746 e 1748, para celebrar a entrada da água do Aqueduto das Águas Livres na cidade ao mesmo tempo que era um arco triunfal de entrada em Lisboa.

Hoje, a Rua das Amoreiras vai do Largo do Rato à Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, sendo território das Freguesias de Santo António e de Campo de Ourique. Já as amoreiras que permitiram o topónimo desta Rua começaram a ser plantadas em 1761 na Praça das Amoreiras – que começou por ser Largo – e assim se ligam ao pombalino Bairro das Águas Livres de 1759.

O Marquês de Pombal, no seu ímpeto de desenvolvimento das manufaturas nacionais, traçou em 1759 o plano do Bairro das Águas Livres que foi aprovado por Decreto de 14 de março. Este Bairro englobava mais uma Fábrica de Sedas, a pombalina, cujo epíteto de Real Colégio de Manufacturas Nacionais demonstrava que a Real Fábrica das Sedas para além de manufaturas de seda se dedicava a dar aulas aos aprendizes. Foi para esta fábrica que se plantaram 331 amoreiras na Praça das Amoreiras, de 1761 a 1771. E em volta desta Praça da fábrica – como a apelidava D. José I -, ou Largo das Águas Livres, mas que pelo menos desde de 1807 é a Praça das Amoreiras – conforme é designada na planta de Duarte Fava -, foram rasgadas diversas ruas, onde foram edificados prédios de estrutura pombalina, destinados a residências dos fabricantes que trabalhavam na fiação bem como aos aprendizes que trabalhavam com eles.

A Rua das Amoreiras, nascida em 3 de fevereiro de 1874, logo no ano seguinte começou a ser alinhada e alargada com diversos terrenos comprados, trocados ou expropriados, situação que se manteve pelo menos até 1890, bem como mais tarde, em 1906 e 1908.

Nesta zona da cidade próxima do Arco triunfal das Águas Livres o topónimo Amoreiras começou com a plantação das amoreiras no Largo que viria a ser a Praça das Amoreiras no início do séc. XIX. Quase no início do último quartel desse século, em 1874 juntou-se a Rua das Amoreiras e em 1889, por Edital municipal de 8 de junho, a Travessa da Fábrica das Sedas às Amoreiras passou a ser a Travessa das Amoreiras.
[PM]

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