Este Largo entre a Rua de Xabregas e a Rua Gualdim Pais foi atribuído por Edital de 13/01/1939 na via pública que era já conhecida por Largo do Marquês de Nisa (já assim aparece no «Atlas da Carta Topográfica de Lisboa» de Filipe Folque de 1858) ou Largo da Marquesa de Nisa.
A origem do topónimo advém da existência no local do Palácio do Marquês de Niza, desde o reinado de D. João IV. Na segunda metade do século XIX, este palácio de Xabregas, mudou da posse do último Marquês, D. Domingos Gama, para um particular a quem o vendeu em 1862. No ano de 1867, o Estado adquiriu o Palácio, aqui instalando o Asilo D. Maria Pia e no mesmo ano procedeu a obras sumárias de reparação e adaptação e depois, após um incêndio, foi novamente reedificado a que se seguiram, em 1871, novas obras de restauro, sob a orientação do arquitecto João Maria Nepomuceno.
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Largo do Marquês de Nisa
Na fronteira entre as freguesias do Beato e da Penha de França encontramos um pequeno largo dedicado ao Marquês de Nisa, assim denominado por Edital de 13 de Janeiro de 1939. Diz o Edital que o Largo já tinha sido chamado desta forma e que era então (em 1939) chamado de Largo da Marquesa de Nisa.
Na verdade este largo teve vários nomes sempre relacionados com os possuidores do palácio real, mandado edificar por D. João III nos finais do século XVI. No século XVII foi o palácio doado à Condessa de Unhão e permaneceu nestes titulares até que em 1741 D. João Xavier Teles de Castro, 5º conde de Unhão, se casou com D. Maria Josefa da Gama (1712 – 1750), marquesa de Nisa. Ora sucede que a família dos marqueses de Nisa recebera inicialmente o título de condes da Vidigueira, sendo o 1º conde Vasco da Gama. Um seu trineto, também de nome Vasco, recebeu de D. João IV, o título de marquês de Nisa, em agradecimento pela sua acção diplomáica durante as Guerras da Restauração. A já referida marquesa Josefa da Gama era bisneta deste 1º marquês de Nisa.
A toponímia popular foi acompanhando estas mudanças. Inicialmente o largo era chamado de pátio do conde de Unhão, e depois por sequeiro ou largo do conde da Vidigueira. E da Vidigueira porque apesar de ser maior a grandeza de marquês do que a de conde, a população, talvez em virtude da grande fama de Vasco da Gama, 1º conde da Vidigueira, escolheu para se referir ao palácio onde residia a marquesa, o antigo título. Será esta a razão pela qual o largo foi popularmente denominado de Largo do conde da Vidigueira, na primeira metade do século XVIII. Será na segunda metade deste século que o largo passa a ser identificado como do palácio do marquês de Nisa, ou apenas como Largo do marquês de Nisa. Ou ainda, porque a marquesa sobreviveu a seu marido, por Largo da Marquesa de Nisa. Assim, apesar de hoje o topónimo se referir apenas a um marquês de Nisa, a verdade é que se refere a várias pessoas que usaram este título e que aqui residiram.
O palácio, esse, pertenceu à família até 1862 quando o último marquês de Nisa o vendeu a um particular. Cinco anos depois o Estado comprou-o para nele instalar um estabelecimento assistencial, hoje Colégio D. Maria Pia, integrado na Casa Pia de Lisboa.
Imagens:
Edital da Câmara Municipal de Lisboa. 1939. CML/DPC/NT
Casa Pia de Lisboa. Colégio D. Maria Pia. Fot. CAYOLLA, Henrique (1971). CML/AML Arquivo Municipal de Lisboa
Para saber mais: MACEDO, Luís Pastor de, Ficheiro Toponímico. Verbetes Marquesa de Niza, Largo da. Lisboa: CML/DPC/GEO; ANDRADE, Ferreira de, Palácios Reais de Lisboa. Lisboa: Vega, 1990.
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