Toponimia - detalhe

Monarquia,Religioso

Rua Prior do Crato

O Glorioso vencido da Ponte de Alcântara em 25 de Agosto de 1580 (*)
  • Freguesia(s): Estrela
  • Início do Arruamento: Praça da Armada
  • Fim do Arruamento: Rua João de Oliveira Miguens
  • Data de Deliberação Camarária: 29/12/1922
  • Data do Edital: 23/01/1923
  • Designação(ões) Anterior(es): Rua do Livramento em Alcântara. Em reunião da C.M. de 14/12/1943 foi aprovado o topónimo Prior do Crato em substituição da Rua Prior do Crato (Dom António).

A Rua Prior do Crato,na freguesia dos Prazeres, foi atribuída por deliberação camarária de 29-12-1922 e edital de 23-01-1923, na Rua do Livramento em Alcântara.
Originalmente, o topónimo foi aprovado como Rua Prior do Crato (Dom António) e passou a ter a grafia actual após uma decisão da reunião de Câmara de 14/12/1943. Também apesar de não constar na placa toponímica, foi o topónimo aprovado com a legenda " O Glorioso vencido da Ponte de Alcântara em 25 de Agosto de 1580".
O homenageado é D. António de Portugal, Prior do Crato(Lisboa/ 1531- 1595/Paris), sobrevivente do desastre de Alcácer-Quibir, que encarnou o espírito da Independência de Portugal no período conturbado da luta pela sucessão ao trono de D. Sebastião. Derrotado em Portugal pelo exército invasor do Duque de Alba em 1580, D. António enveredou pela resistência no exílio.
Recorde-se que após a morte de seu pai, o infante D. Luís, sendo já prior do Crato e com as ordens de diácono, recusou a ordenação de presbítero e comportou-se como pessoa secular. Obtém, então, dispensa do papel das ordens de diácono e toma parte na batalha de Alcácer-Quibir onde fica prisioneiro. Resgatado, regressa a Lisboa para chefiar um dos partidos nacionais que se opunham à candidatura de Filipe II ao trono português. O prior do Crato baseava a sua candidatura na situação de filho legitimado do infante D. Luís, segundo filho de D. Manuel, uma vez que não havia descendentes directos de D. João III. Era necessário, todavia, provar o matrimónio secreto de seus pais. Organiza-se um processo a D. António obtém uma sentença favorável, mas a actuação pessoal do cardeal-rei, que contesta aquela decisão, culmina numa nova sentença desfavorável. Com a morte do cardeal D. Henrique, as tropas filipinas entram em Portugal. Os partidários do prior do Crato aclamam-no rei em Santarém; Lisboa e Setúbal recebem-no vibrantemente e, em breve, quase todos os burgos do reino alinham a seu lado. Mas, não dispondo de exército organizado, nem de recursos, é derrotado na batalha de Alcântara pelo exército castelhano. Consegue fugir com dificuldade para o estrangeiro onde, nas cortes de França a de Inglaterra, procura obter auxílio para lutar contra Filipe II.

Recursos associados


Foto - Edital da Rua - Edital de 23/01/1923
Edital da Rua, Edital de 23/01/1923
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