Toponimia - detalhe

Botânico

Rua da Palma

  • Freguesia(s): Arroios , Santa Maria Maior
  • Início do Arruamento: Rua de Barros Queiroz
  • Fim do Arruamento: Rua Nova do Desterro / (Freg Anjos) Largo do intendente Pina Manique
  • Data de Deliberação Camarária: 18/05/1889
  • Data do Edital: 08/06/1889
  • Designação(ões) Anterior(es): Rua Nova da Palma .

A Rua da Palma, formalizada pelo Edital municipal 08/06/1889 sobre a Rua Nova da Palma, nasceu há muitos séculos como arruamento dos comerciantes alemães que veiculavam a lenda da palma que florira na sepultura do cruzado Henrique, que em 1147 perecera na Tomada de Lisboa.

O olisipógrafo Norberto Araújo escreveu na década de 40 do século XX que «Esta Rua, desafogada, hoje constituindo uma única artéria, das trazeiras de S. Domingos ao Intendente, divide-se em dois troços. O primeiro chega só à Guia e é muito antigo, havendo sido nos séculos velhos arruamento dos comerciantes alemães que cultivavam religiosamente a lenda da palma que florira na sepultura do cavaleiro cruzado Henrique, sacrificado na Tomada de Lisboa, em 1147; foi rua sempre estreita, muito mais do que hoje é, bastante mercantil, caracterizada pelos negócios de ourives e prateiros.(…) O segundo trôço, ‘Rua Nova da Palma’, data de 1862, e chegava até aqui ao Socorro, começando gradualmente a prolongar-se até ao Intendente; a Câmara começara a comprar terrenos de hortas e campos, que por aqui existiam, desde o ano de 1776.»

O também olisipógrafo Luís Pastor de Macedo esclarece ainda que esta artéria, «(…) é antiquíssima, pelo menos do século XVI. Deve-se porém observar, que ela não tinha então o comprimento que hoje lhe conhecemos, mas só aquele que vai das trazeiras da Igreja de S. Domingos até ao antigo largo de S. Vicente, à Guia (rua Martim Moniz).(…) desde então, por força do decreto de 9 de Maio de 1776 que determinou a expropriação de 16 propriedades do lado norte da rua, ela ficou com a largura que hoje, envergonhada, nos oferece ainda» e acrescenta que parte da Rua Palma que hoje conhecemos também foi Rua da Imprensa: «(…) Mas a cidade continuava a alargar-se e os seus bairros excêntricos a povoarem-se.(…) e assim, a Câmara não teve mais que fazer se não mandar elaborar a planta do prolongamento da rua da Palma até ao Intendente. Foi isto em 1857 ou princípios de 1858.(…) o projecto do prolongamento estava concluído em Setembro de 1858 e foi aprovado na sessão camarária efectuada no dia 30 daquele mês, mas , na verdade, esse projecto foi aprovado não como o do prolongamento da antiga rua da Palma, mas sim como o de uma artéria independente e que portanto necessitava de ter um nome. E o nome deu-se-lhe: rua da Imprensa. Passaram-se meses. O governador civil, que andava cogitando em acabar com o transtorno que provinha de haver nomes iguais em várias ruas, e em suprimir os nomes de algumas que pareciam ser prolongamento de outras, um dia encheu-se de coragem e deitou cá para fora um edital onde os topónimos citadinos pareciam que dançavam uma quadrilha interminável. Uns iam para a direita, outros para a esquerda; uns avançavam, outros recuavam; muitos desapareciam na grande confusão. Um deste foi o da jovem rua da Imprensa, que viu o seu território ficar sob a denominação de rua Nova da Palma.»
[PM]

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