Toponimia - detalhe

Cais do Sodré

  • Freguesia(s): Misericórdia
  • Início do Arruamento: Confluência da Avenida 24 de Julho, Praça Duque de Terceira, Largo do Corpo Santo, Avenida Ribeira das Naus.

«Em rigor, o topónimo Cais do Sodré só se aplica à via pública que começa no Largo do Corpo Santo e termina na Praça Duque da Terceira. No entanto, para o lisboeta, o Cais do Sodré , assim chamado após o Terramoto de 1755, abrange uma área bem mais vasta, limitada a nascente por uma linha imaginária que vai do Largo do Corpo Santo à estação fluvial dos ferry-boats (que data de 1904), a poente por outra que vai da Praça da S. Paulo à estação do caminho-de-ferro (inaugurada em 1928), a norte pelas ruas do Corpo Santo e de S. Paulo, e a sul pelo Tejo, entre a estação fluvial e a Ribeira Nova.Trata-se, assim, de um fenómeno várias vezes repetido em que a "vox populi", ignorando o edital camarário que circunscreveu àquela via pública a designação de Cais do Sodré, a estendeu a toda a zona que tem como centro a Praça Duque da Terceira, antiga Praça dos Remolares que, ainda assim baptizada oficialmente, já era conhecida por Cais do Sodré, e que antes fora praia, chegando o rio perto de onde hoje passa a linha dos eléctricos.
Este topónimo, quer Júlio de Castilho que provenha de uma família Sodré Pereira Tibau, da qual dois membros, António e Duarte, foram proprietários de prédios naquela zona. Por sua vez, Silva Túlio fá-lo derivar de Vicente Sodré, descendente do inglês Fradique Sodré, que ali edificou grandes imóveis e ajudou a fazer a obra do cais, opinião esta também perfilhada por Gomes de Brito. Norberto Araújo, esse quer que António, Duarte e Vicente sejam descendentes de Frederico Sodré, inglês 'que passara a Portugal no tempo de D. Afonso V'». (SUCENA, Eduardo, «Cais do Sodré» in Dicionário da História de Lisboa, Lisboa:1994).

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