Toponimia - detalhe

Hagiotopónimo

Largo de Santos

  • Freguesia(s): Estrela
  • Início do Arruamento: Confluência da Avenida 24 de Julho, Largo Vitorino Damásio e Calçada Ribeiro Santos
  • Data do Edital: 17/06/1947
  • Designação(ões) Anterior(es): Constituido pelo troço da Rua Vasco da Gama que tinha os prédios com os nºs 68 a 172 e pela Rua Vitorino Damásio.

O Largo de Santos, formado pelo troço da Rua Vasco da Gama que tinha os prédios com os nºs 68 a 172 e pela Rua Vitorino Damásio, nasceu através do Edital municipal de 17 de junho de 1947. O topónimo ligava-se à então Calçada de Santos (desde 30 de dezembro de 1974 é a Calçada Ribeiro dos Santos) e à Paroquial de Santos-ao-Velho, junto ao antigo Mosteiro de Santos-o-Velho (e Embaixada de França no ano seguinte), nome que se relaciona com os três irmãos Santos Mártires Veríssimo, Máxima e Júlia, mortos em 303 ou 304 nesta cidade de Lisboa, a mando do imperador romano Diocleciano por confirmaram a sua fé cristã e cujos corpos terão dado à praia de Santos, segundo a tradição.

Talvez tenha existido um templo tardoromano do século IV provavelmente, dedicado aos santos mártires Veríssimo, Máxima e Júlia, e sobre ele (ou não) foi edificada uma igreja em 1147 por determinação de D. Afonso Henriques, já que a devoção lisboeta a estes Santos Mártires seria já enraizada. A igreja e o Mosteiro de Santos-o-Velho foram doados pelo filho do 1º rei português, D. Sancho I , em 1194, aos freires da Ordem de Santiago, mas que em 1290, por força da partida dos cavaleiros para o sul do país para fazerem a Reconquista, estava sobretudo ocupados pelas mulheres, filhas e viúvas daqueles monges-cavaleiros, convertendo-se no Mosteiro das Comendadeiras da Ordem de Santiago, que acabou por ser transferido para Coimbra e regressar a Lisboa em 1490, mas desta feita para a zona de Xabregas (Calçada da Cruz da Pedra) que ficou conhecido como Santos-o-Novo.

Já em Santos-o-Velho, o espaço foi arrendado a Fernão Lourenço, banqueiro e armador. Em 1497, por acordo entre as partes passou a ser um Paço Real e foi sendo ora morada de reis ora morada dos nobres Lancastre que o conseguiram comprar às Comendadeiras em 1629. Já a Igreja Paroquial de Santos-o-Velho teve intervenções em 1696 do arqº João Antunes e obras de restauro em 1861 e 1876. Em 1870, o Palácio foi arrendado ao Ministro de França em Lisboa, o Conde Armand, que aí instalou a legação francesa e em 1909 o governo francês comprou mesmo o edifício, no qual instalou em parte, em 1937, o Institut Français e a partir de 1948, a Embaixada de França.
[PM]

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Foto - Edital da Rua - Edital de 17/06/1947
Edital da Rua, Edital de 17/06/1947
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