Toponimia - detalhe

artesãos e ofícios

Calçada dos Mestres

  • Freguesia(s): Campolide
  • Início do Arruamento: Rua Dom Carlos de Mascarenhas
  • Fim do Arruamento: Calçada da Estação

A Calçada dos Mestres presta homenagem aos que ergueram o aqueduto que D. João V mandou criar para abastecer Lisboa de água, como comprova Norberto de Araújo na sua obra “Peregrinações em Lisboa”, Livro XI: “A Calçada dos Mestres – muito mais antiga, serventia natural de trânsito – comemora genericamente os Mestres da obra do Aqueduto, e não passava de um caminho, não devendo pois contar-se como rua de bairro novo.”
Este arruamento está inserido no Bairro da Calçada dos Mestres, chamado Bairro Económico. Estes Bairros são, geralmente entendidos como áreas de promoção habitacional pública directa (da Administração Central ou Local), constituem agrupamentos de dimensão significativa que se distinguem do resto da malha urbana pelas suas características sócio-urbanísticas. São unidades urbanas construídas intencionalmente para alojar estratos sociais baixos ou médio-baixos. Em 1918, foi institucionalizada a promoção habitacional do Estado com a publicação da legislação sobre os bairros sociais, no entanto, as primeiras realizações só aconteceram nos anos 30 com o Estado Novo, passando a designar-se por Bairros Económicos ou das Casas Económicas. As características destes aglomerados urbanos visavam, na opinião de alguns, a ruralização da população urbana, na opinião de outros era apenas a adaptação à realidade, da população recém-chegada à cidade. Mas estão todos de acordo quanto ao explicito estímulo ao apego à casa, à família, ao Estado e, mais tarde, à Igreja. Estes Bairros eram implantados em zonas isoladas, assemelhando-se, de certa forma, ao modelo de aldeia portuguesa, a que se associavam alguns princípios das cidades-jardim que se iam construindo nos países mais desenvolvidos (Inglaterra).


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