Toponimia - detalhe

Largo da Sé

  • Freguesia(s): Santa Maria Maior
  • Início do Arruamento: Confluência da Rua Augusto Rosa, Cruzes da Sé e Travessa de Santo António da Sé.

Neste largo ergue-se a Sé Catedral de Lisboa.

"A encosta da Mouraria, no local onde se ergue a actual Sé de Lisboa, possui vestígios materiais da antiga cidade romana. De acordo com a documentação histórica, Lisboa constituiu-se como sede diocesana desde o século IV. Vestígios posteriores, da época visigótica, subsistem numa pedra lavrada e incorporada num dos contrafortes da catedral lisboeta. Segundo a tradição, este templo foi convertido em mesquita durante a ocupação árabe da capital.
Com a conquista definitiva de Lisboa pelas tropas cristãs, lideradas por D. Afonso Henriques, e o consequente restauro da sua diocese, a catedral seria reconstruída de acordo com a linguagem da arquitectura românica do século XII. Contudo, acrescentos posteriores, renovações e calamidades naturais, alteraram o seu casco medieval.
A robusta fachada nobre é marcada pelas duas torres contrafortadas enquadrando o portal, constituído por arquivoltas decoradas por motivos vegetalistas, assentes em colunas com capitéis figurados e outros lavores fitomórficos. No eixo do portal rasga-se uma grande e bela rosácea, com a parte superior da fachada e das torres coroada por ameias pontiagudas, o que lhe confere um carácter de fortaleza.
Formando uma planta em cruz latina, a igreja apresenta corpo formado por três naves repartidas por seis tramos e transepto desenvolvido. De maior altura, a nave central apresenta-se coberta por abóbada de berço reforçada por arcos torais, enquanto as laterais são cobertas por abóbadas de aresta. Estas apoiam-se num trifório que corre por cima das arcadas das naves e se prolonga na zona do transepto.
Próximo da entrada, no lado da torre norte, observa-se o baptistério com uma abóbada revestida por azulejos do século XVIII. Contíguo, destaca-se um arco de gablete que dá acesso à trecentista capela gótica de Bartolomeu Joanes. Para além do seu esbelto jacente gótico, a capela possui ainda um retábulo maneirista com pinturas de Quinhentos e um gracioso presépio barroco em barro, concebido em 1766 pelo escultor Joaquim Machado de Castro.
A cabeceira é constituída por capela-mor com deambulatório e capelas radiantes, obra gótica realizada no reinado de D. Afonso IV, profusamente iluminada por grandes janelões ogivais de quatro lumes, que rasgam a parte superior do deambulatório. Este é marcado, no exterior, por arcobotantes.
Na parte nascente da catedral expande-se o claustro, obra gótica edificada na época de D. Dinis, alterada e diminuída por campanhas construtivas posteriores. As galerias abobadadas são constituídas por duplos arcos ogivais com óculo e assentes em colunas geminadas.
A beleza e harmonia do claustro é realçada pelos diversos túmulos góticos do século XIV e, igualmente, pela soberba grade românica em ferro forjado, que fecha uma das capelas claustrais. Espólio arqueológico e escultura medieval expõem-se na área do claustro, guardando-se noutras dependências o Tesouro da Sé - notável acervo de alfaias de culto em ouro e prata, paramentos, torêutica, escultura e mobiliário diverso." (Diciopédia © 2001 Porto Editora, Lda.)

voltar