Toponimia - detalhe

Poeta,Mulher

Rua Luísa Neto Jorge

Poetisa - 1939 - 1989
  • Freguesia(s): Marvila
  • Início do Arruamento: Avenida Avelino Teixeira da Mota
  • Fim do Arruamento: Avenida Dr. Arlindo Vicente
  • Data de Deliberação Camarária: 13/03/1989
  • Data do Edital: 29/12/1989
  • Designação(ões) Anterior(es): Rua B da Zona N 1 de Chelas.

A CML, através do seu edital de 29/12/1989, prestou homenagem a Luísa Neto Jorge atribuindo o seu nome a um arruamento da cidade na Zona N 1 de Chelas.

Luiza Neto Jorge (Lisboa/10.05.1939 – 23.02.1989/Lisboa) distinguiu-se como poeta e tradutora. Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa onde fundou o Grupo de Teatro de Letras mas acabou por ir viver para Paris de 1962 a 1970.

Como poetisa, herdeira das poéticas simbolistas e surrealistas, o seu primeiro livro foi Noite Vertebrada (1960). Luiza Neto Jorge integrou o grupo de poetas do movimento Poesia 61, com António Ramos Rosa, Casimiro de Brito, Gastão Cruz e Fiama Hasse Pais Brandão, no âmbito do qual publicou Quarta Dimensão (1961). Seguiram-se Terra imóvel (1964) e Dezanove recantos : epopeia sumária (1969). Reuniu a sua obra dessa década sob o título Os Sítios Sitiados (1973). No ano da sua morte, saiu A lume (1989) e quatro anos depois foi coligida a obra completa, editada sob o título de Poesia : 1960-1989 : os sítios sitiados : a lume : dispersos (1993). Postumamente, foram ainda publicados Par le feu (1996), Corpo insurrecto e outros poemas (2008) e Poesia traduzida (2011). A sua obra poética está representada em quase todas as antologias de poesia portuguesa contemporânea e tem grande parte dos poemas traduzidos em diversos idiomas, mostrando como seus motivos a morte, o sexo, a pintura, a poesia e o poder da palavra.

Como tradutora deixou uma obra inigualável, nos domínios da poesia, da ficção e do teatro, tendo sido agraciada com o Grande Prémio de Tradução Literária (1987). Traduziu Céline, Apollinaire, Boris Vian, Breton, Garcia Lorca, Goethe, Ionesco Jean Genet, Karl Valentim, Marguerite Yourcenar, Oscar Panizza, Sade, Verlaine e Witold Gombrowicz, entre outros.
Para teatro fez algumas adaptações de textos, assim como escreveu diálogos para filmes de Paulo Rocha e Solveig Nordlund, o argumento de Os Brandos Costumes (1975) de Alberto Seixas Santos e prestou assistência literária para o Relação Fiel e Verdadeira (1989) de Margarida Gil.

Na sua vida pessoal foi casada com o também tradutor e crítico teatral Manuel João Gomes (1948-2007), tendo tido como filho o ator Dinis Gomes. Residiram em Lisboa no nº 17 da Rua da Misericórdia.

Como Luiza ou Luísa é também topónimo nos concelhos de Almada, Amadora, Matosinhos, Odivelas, Oeiras, Seixal e Sesimbra para além de em Lisboa dar nome a uma escola básica.

[PM]

Recursos associados


Foto - Edital da Rua - Edital nº 178/1989
Edital da Rua, Edital nº 178/1989
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